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Foto do escritorFernando Pernas

Relógios de torre

Atualizado: 29 de set.

“Se fosse possível conseguirmos condensar toda a vida da Terra no espaço de um ano, o homem apareceria no dia 31 de Dezembro às 11h45 (Hitti, 1961).”


Pelo facto de o tempo não ser físico, visível ou palpável, o ser humano, ao propor-se medir o tempo, abraçou um objetivo desafiante, criando e desenvolvendo engenhos fascinantes que, ao longo dos séculos, sempre moveram e apiaixonaram gerações.



Os relógios de torre marcaram o início desta jornada. Grandes e robustos, tornaram-se progressivamente mais pequenos e, aos poucos, chegaram às nossas casas. Primeiro vieram os relógios de parede e de mesa, seguidos pelos relógios de bolso e de pulso. Inicialmente quase inacessíveis, estas máquinas intemporais de medir o tempo passaram a estar cada vez mais ao alcance do público em geral.

 

Este artigo propõe uma abordagem centrada exclusivamente nos relógios de torre, explorando a sua história desde a aparição até à evolução ao longo dos séculos, bem como o seu funcionamento. Será ainda tratado o tema da relojoaria férrea em Portugal, destacando a sua importância e singularidade no contexto histórico. Como complemento, será relatada a visita ao relógio da torre da igreja de Santiago no Castelo de Palmela, ilustrando um exemplo concreto de esforço na preservação e valorização deste importante património histórico e cultural.


A relação do homem com a natureza envolvente é inevitável e a influência desta na vida do homem é outra inevitabilidade. Grandes ciclos da natureza (ano, mês, dia) repetem-se ininterruptamente levando o próprio homem a estabelecer hábitos na sua relação com estes ciclos. A tentativa de organização e contagem do tempo surge quase naturalmente na relação entre homem e natureza. Anos, estações do ano, meses, dias (luz e obscuridade sucedem-se de forma ininterrupta), trajectória visível do Sol entre outros, são exemplos de ciclos naturais que se repetem sempre de forma regular e, por essa razão, também serviram de orientação na vida das pessoas que, entretanto, os organizaram.



Actualmente conseguimos dividir um segundo em dez ou até em cem partes, mas se nos imaginarmos no séc. XIII, altura em que apareceram os primeiros relógios de torre, a unidade de tempo mais pequena talvez pudesse ser o dia. Os ritmos eram menos agitados e o rigor da medição do tempo era mais relativo. Entre o nascer e o pôr do Sol definia-se a jorna, o meio-dia era quando a sombra tinha menor comprimento. A sombra do cabo de uma enxada projectada no chão definia o tempo de descanso, entre outros hábitos.


A importância da igreja


A igreja e respectivas ordens acabam por desempenhar um papel importante porque nesta instituição há já o hábito de dividir os dias em “partes” mais pequenas muito devido às suas práticas canónicas, de trabalho e de descanso. É também na igreja que acontece o primeiro impulso com vista à concepção de um engenho mecânico que autonomamente possa auxiliar na contagem das diversas partes do dia.


Especialmente a divisão do dia – mais antiga unidade de tempo – acaba por constituir o primeiro grande objectivo. Dividir o dia em ciclos mais pequenos, contou com o importante contributo da igreja. Os sinos nos conventos e mosteiros, accionados pelos monges (sineiros), anunciavam, entre outros, as matinas, as primas, as vésperas ou as completas que são exemplos de parte desta organização diária e que correspondem respectivamente à aurora (4 badaladas), ao nascer do Sol (3 badaladas), ao pôr do Sol (3 badaladas) ou ao anoitecer (4 badaladas). Este anúncio, através de badaladas, estava a cargo do monge responsável por accionar manualmente os sinos à altura do dia pretendida. Os sinos assumiam grande importância como meio de comunicação à população.

Sino de Igreja

O monge responsável por esta tarefa, para poder cumpri-la com a melhor exactidão posssível, regulava-se pelo quadrante vertical (relógio de Sol) ou, à noite e em dias menos ensolarados, pela clepsidera (relógio de água) ou pela vela graduada que sensivelmente a cada hora deixava cair pregos ou pesos que produziam um som avisador.



Os tempos eram calmos e pouco agitados. Talvez se fizesse sentir uma maior relação do homem com a natureza.


Relógios de Torre


Grandes e pesados, estes relógios eram inicialmente construídos em ferro e madeira, com rodas dentadas impulsionadas por grandes pesos que corriam ao longo de uma torre sineira com a altura necessária para proporcionar a autonomia pretendida ao mecanismo. A torre alojava no seu topo os sinos que indicavam as horas através das suas batidas. Pesadas massas penduradas por uma corda de cânhamo constituíam a sua fonte de energia e eram frequentemente enroladas até ao cimo ficando depois vagarosamente a desenrolar ao longo da torre sineira sob efeito da gravidade. Quanto mais alta a torre, maior a autonomia do relógio. Destes tempos terá ficado até hoje o termo dar corda ao relógio. Na maioria das vezes sem qualquer mostrador, eram chamados “relógios de tanger” porque só indicavam as horas através das batidas dos seus sinos. Construídos em materiais que rapidamente sofriam desgaste o oxidavam (ferro e madeira), estes relógios não eram, por essa razão, muito precisos necessitando ser ajustados com recurso a um relógio de sol ou clepsidra, mas foram as máquinas que marcaram o início da longa e inacabada viagem pela procura da contagem do tempo. Ao longo dos tempos estes relógios foram alvo de vários aperfeiçoamentos, desde o uso de novos materiais na sua construção até à substituição do seu oscilador com reflexo no seu desempenho.


Origem


No séc. XIII surgem os primeiros relógios que, accionando autonomamente os sinos das torres, substituem os monges responsáveis nessa função. No início, para a sua regulação e porque não eram ainda muito precisos, não dispensavam completamente o auxílio dos relógios de sol durante o dia ou das clepsidras durante a noite e dias menos ensolarados




Inicialmente de tanger

 

Estes primeiros relógios tinham também a particularidade, na sua maioria, de ainda não mostrarem as horas. Tocavam-nas apenas (relógios de tanger). Numa época em que a maioria das pessoas não sabia ler, o anúncio das horas acontecia através do tanger dos seus sinos. Só mais tarde surgem os primeiros mostradores e geralmente com um único ponteiro. Também o segundo ponteiro (dos minutos) começa por surgir só em finais do séc. XVII.

 

Rápida evolução

 

Progressivamente estes relógios foram recebendo várias inovações. Os materiais utilizados inicialmente na sua construção (ferro e madeira) foram gradualmente substituídos por outros materiais (bronze e latão) que, ao contrário dos anteriores, não apodreciam nem oxidavam tão facilmente tornando os relógios mais duráveis, robustos e precisos. Outra inovação que importa assinalar foi a introdução do oscilador de pêndulo em substituição do “Folliot”. Este novo oscilador, idealizado por Galileu-Galilei e adaptado por Christiaan Huygens e Salomon Coster no séc. XVII, veio proporcionar notável precisão no funcionamento destes relógios. Ao contrário do antigo oscilador de “folliot” este, atraído pela gravidade, apresenta uma chamada ao “ponto morto” proporcionando importante inovação para a época. Outro facto notável é que relógios rapidamente evoluíram para a incorporação de autómatos. Demonstração de virtuosismo que na altura, tal como hoje, não deixam ninguém indiferente e continuam a ser motivo de visitas só para os ver funcionar.


 

Os primeiros passos no controlo do tempo através destes mecanismos contribuíram até para a Europa se poder afirmar tecnologicamente perante o resto do mundo.

 

Não passou muito tempo até se considerar haver vantagem em replicar o exemplo da igreja levando ao aparecimento também do relógio público ou comunitário que, através do “tanger” dos seus sinos passou a dar um precioso contributo na normalização da vida nas cidades. O relógio, independente da vontade das pessoas, impunha a sua “autoridade”, operou importante conduta social o que gerou alguma contestação em algumas pessoas, mas era também objecto de orgulho e prestígio que atraía forasteiros para admirarem o seu funcionamento.

 

Entre os séc.’s XIV e XVII assiste-se, por toda a Europa, a uma instalação generalizada destes mecanismos. Importantes na normalização da vida em sociedade são também motivo de orgulho e até de estatuto. A sua aquisição e manutenção não está inicialmente ao alcance de todos começando-se no entanto, gradualmente, a assistir a um proliferar destas fascinantes máquinas por todas as povoações.

 

Funcionamento, breve abordagem

 

Estes engenhos começam por ter uma estrutura base constituída por quatro colunas unidas por travessas e fixadas por cunhas de ferro (mais tarde parafusos) estando, em dois dos lados destas colunas platinas verticais fixadas às travessas superior e inferior e nas quais encaixam os eixos das rodas do movimento e das badaladas respectivamente, bem como os eixos dos tambores/cilindros. Nestes são enroladas cordas de cânhamo que sustentam duas pesadas massas em pedra (mais tarde em chumbo ou ferro) constituindo, estas massas, a fonte de energia de todo o sistema.

 

Um destes tambores transmite a sua energia através de um conjunto de rodas desmultiplicadoras que reduzem gradualmente a força e a levam até ao sistema de escape. Este liberta gradualmente a energia proveniente do tambor para um oscilador. É neste momento que ocorrem os tic-tac’s regulares e constantes que vamos conseguindo ouvir e que permitem o funcionamento regular do relógio.

 

Entretanto o outro cilindro, da mesma forma, transmite a sua energia através de outro conjunto de rodas desmultiplicadoras, mas desta feita até ao “travão” das badaladas que só permite a libertação desta energia de forma coordenada com o movimento das horas (parágrafo anterior) e somente no exacto momento pretendido resultando nas badaladas que assinalam a passagem respectiva de cada hora.



O tempo em português

 

É na Sé de Lisboa no ano de 1377 onde é colocado o primeiro relógio em Portugal. Mandado colocar pelo Rei D. Fernando, este relógio não tinha mostrador indicando as horas através do tanger dos seus sinos. É já durante o reinado de Filipe III que em 1628 é mandado colocar um mostrador. Sabe-se que o seu construtor foi “Mestre João” (françês). Este necessitava de um relojoeiro que o mantinha, o ajustava, enrolava a corda e, entre outras tarefas, o temperava com azeite (lubrificava). O último relógio de torre mecânico instalado em Portugal terá sido na Igreja da Misericórdia de Seia na segunda metade do séc. XX e construído em Aldeia do Bispo (Penamacor) por Manuel de Sousa Manteigas.

 

Pensa-se que é o Frade Franciscano Frei João da Comenda, o primeiro relojoeiro português a conceber um relógio no nosso país no ano de 1478. A partir do Mosteiro se Orgens (Viseu) terá construído doze relógios de torre, distribuídos por várias cidades entre as quais Évora, Setúbal ou Serpa. Data assim do séc. XV o relógio mais antigo fabricado em Portugal.

 

Por esta altura as horas eram públicas disponibilizadas pelos Mosteiros, mas também por torres dos Municípios a toda a população (tempo público). Tanto no Mosteiro de Orgens como no Mosteiro de Varatojo encontram-se ainda hoje preservados dois exemplares dos seus doze relógios. Nesta altura, encontram-se também referências a um relojoeiro na região de Alenquer chamado Frei João da Montanha.

 

Interessante poderá ser a colocação de um relógio que batia os seus sinos a cada quarto de hora no ano de 1628 e que foi construído pelo “carmelita descalço” Frei Francisco de Jesus. Este relógio inicialmente colocado no convento do Bussaco, pelo facto de tocar os seus sinos a cada quinze minutos, terá chamado a atenção do poder central e terá sido transportado para a capital.

 

O facto de não haver ainda o hábito de colocação da autoria do seu construtor nos respectivos relógios acabou por dificultar um pouco o conhecimento, quer do respectivo relojoeiro quer da totalidade de relojoeiros portugueses na época. No entanto conseguem-se encontrar referências ao relojoeiro Pablo Gomes em Guimarães, ou já em finais do séc. XVI ao relojoeiro Fernão Gonçalves em Braga.

 

Durante o reinado de D. João V, os novos relógios construídos com novos materiais e com osciladores e pêndulo começam a substituir gradualmente as antigas máquinas férreas que ganharam este nome por serem construídos em ferro e madeira.

 

Nomes importantes na área da relojoaria grossa de torre no decorrer no séc. XX são as casas Cardina e Cousinha respectivamente na Nazaré e em Almada.



Terão sido os herdeiros de todo o legado, mas acabaram talvez “vítimas” da electrificação e de um país talvez um pouco rendido a esta novidade e um pouco esquecido das preciosas máquinas mecânicas que mediam até aí o tempo.

 

Importante será também a referência à “Boa Reguladora” que apesar de não se dedicar à relojoaria grossa que constitui o nosso tema, não deixou de prestar um importante contributo à história da relojoaria em Portugal. Desde o ano de 1895 a partir de Vila Nova de Famalicão até aos nossos dias. Quase não haverá quem não tenha tido em sua casa um relógio de parede ou despertador desta marca.

 

Electrificação/ reflexão

 

Alguém imaginaria o “Big Ben” com um relógio eléctrico em vez do original?

 

Curiosamente, quase em simultâneo com o afastar do homem dos ritmos da natureza assiste-se também a um proliferar de máquinas eléctricas que, talvez com alguma ingratidão, substituem as centenárias máquinas férreas. Ao contrário de alguns países que se vão esforçando por preservar os seus relógios seculares de torre. Entre nós vão sendo poucas localidades que se vão ainda envaidecendo com os seus velhinhos marcadores do tempo. A maior facilidade, menor manutenção e talvez o menor custo veio fazer com que muitas relíquias mecânicas, em várias torres de localidades do nosso país, fossem substituídas por estes relógios eléctricos. Imóveis de interesse público e monumentos nacionais, que poderiam servir de exemplo e referência, substituíram também os seus relógios mecânicos. Legado intemporal que nos chegou até aos nossos dias e que estamos talvez a colocar um pouco de lado.

 

O tempo público ficou lá atrás. Já não há partilha da hora. Vivemos sob ordens do rigor implacável do relógio individual. Nos antípodas dos tempos aqui retratados. Com a azáfama e os ruídos de hoje mal ouvimos os seus sinos nas torres das nossas povoações. Estes deverão talvez merecer a nossa preocupação por serem um legado que recebemos e que poderá ser importante fonte de interesse turístico e garante de trabalho tanto para relojoeiros como para guias responsáveis pela sua apresentação a turistas interessados em admirá-los no seu funcionamento.

 

Relógio da Igreja de Santiago no Castelo de Palmela

 

Em Palmela, tal como felizmente em outras localidades, tem havido a sensibilidade e o compromisso na recuperação e conservação do património relojoeiro férreo. Relógios mecânicos seculares que são também parte da nossa história e um legado importante a preservar e a deixar às próximas gerações.


 

Datado de 1752, e fabricado em Liége na Bélgica (casa Henry Rossius) este relógio  encontra-se instalado na torre da Igreja de Santiago no Castelo de Palmela. Marcado na sua roda contadora - responsável pelo número de badaladas dos sinos indicando as respectivas horas - como Henri Rossius A Liége 1752, remete-nos para uma cidade onde há a tradição relojoeira de qualidade e amplamente reconhecida na Bélgica, bem como o ano da sua construção. Na platina do movimento das horas podemos ver duas placas fixadas e que confirmam duas reparações quase de certeza mais profundas.



A primeira intervenção no ano de 1907 por um relojoeiro alemão, mas a trabalhar em Lisboa, Oscar Knoblick e uma segunda intervenção em 1997 pela empresa Serafim da Silva Jerónimo de Braga. Até aí sem som durante muitos anos, os seus sinos voltaram finalmente a soar após ser mandado reparar pela autarquia no ano de 1996.



De frente para o relógio somos “hipnotizados” pelo reluzir bem mantido e conservado dos seus bronzes. Material maioritariamente presente nas rodas que constituem os dois conjuntos de rodagens e que são alimentadas por fontes de alimentação independentes. Dois tambores, cada um com um peso, e um cabo do aço que vai descendo ao longo da torre sineira. Uma das rodagens, à esquerda, é a responsável pelas horas e que termina num enorme pêndulo que tem a função de regular o funcionamento do relógio. A outra rodagem, à direita, responsável pelas badaladas das horas, termina numa ventoinha ou borboleta (travão dinâmico) que tem a função de reduzir e regular a velocidade a que os sinos dão as badaladas.



Aparentemente independentes, estes dois mecanismos encontram-se na verdade interligados por forma a que o mecanismo das badaladas (à direita) só é iniciado no exacto momento em que no mecanismo das horas (à esquerda) chega à hora certa. Tudo isto há mais de 250 anos e com um rigor e precisão notáveis.

 

Na fachada da torre virada a Norte temos um bonito mostrador em azulejo com um único ponteiro. Apesar deste não nos mostrar os minutos não nos impossibilitaria talvez, ainda assim, de percebermos o minuto aproximado em que nos encontramos. Se o ponteiro se situar entre as 10 e as 11 horas facilmente percebemos que são 10h30 sem necessidade de termos ponteiro dos minutos. O mesmo se verificando se o ponteiro estiver a ¼ da distância entre as 10 e as 11 horas.



Um pormenor interessante também é a presença de um relógio de Sol (quadrante vertical) localizado na fachada Sul da igreja e que serviria de auxílio ao monge sineiro que, como visto, tinha a função de acionar os sinos em determinados períodos do dia por forma a anunciar as cerimónias ou outras indicações à população de Palmela.



Poucos anos depois de ter sido colocado, este relógio resistiu ao sismo de 1755 e a partir de 1834, com a passagem do castelo para administração militar, veio também um menor interesse por este património, mas ainda assim o relógio resistiu todos estes anos e parece finalmente dar-nos o privilégio de podermos contemplar o lento passar do tempo através da observação do seu pêndulo, bem como pelo mecanismo robusto e ruidoso que é colocado em movimento a cada hora e que é o responsável por accionar os seus sinos.

 

O Município de Palmela, mediante marcação, possibilita uma visita guiada ao relógio de torre na igreja de Santiago no interior castelo.


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4 comentarios

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Invitado
28 sept
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Lembrou-me o relógio da minha aldeia e o toque às “Avé-Marias”

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Invitado
29 sept
Contestando a

Sem dúvida. Há alguma nostalgia associada a estes relógios.

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Sílvio Pereira
Sílvio Pereira
28 sept
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Excelente artigo.

Parabéns, Fernando!

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Invitado
29 sept
Contestando a

Muito obrigado. Retribuo também os parabéns! Melhores cumprimentos.

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