Nos últimos dias, decorreram três eventos de relojoaria com grande relevância nacional. No passado fim-de-semana teve lugar em Lisboa o encontro mundial de coleccionadores de Panerai, os Paneristi, este encontro é designado por PDay. Foi ainda lançado um relógio - Edição comemorativa dos 130 anos da Reguladora. E por fim, a Longines lançou um modelo - Edição Comemorativa dos 230 Anos do Teatro Nacional de São Carlos, o Flagship Heritage – 230 Anos Teatro Nacional de São Carlos.
PDay Lisboa
O PDay é o nome dado ao encontro mundial de entusiastas e coleccionadores de Panerai. Sabe como tudo começou?
Origens Humildes, Impacto Global
A história da Panerai é, sem dúvida, uma trajetória inusitada. Esta marca, originalmente fornecedora da Marinha Real Italiana, até o início dos anos 90, tinha produzido apenas cerca de 300 relógios. Antes de 1993, o peculiar fabricante de relógios florentino era praticamente desconhecido fora do círculo restrito de entusiastas e da marinha.
O Toque de Stallone e o Renascimento da Panerai
Tudo mudou em 1995, quando Sylvester Stallone, durante as filmagens de "Daylight" em Roma, descobriu um relógio Panerai numa joalharia. Encantado com o seu design distinto, não só o comprou para o filme, mas também adquiriu todo o stock disponível. Esse modelo, mais tarde apelidado de "Daylight", passou a ter um papel de destaque no filme.
Paneristi.com: O Ponto de Encontro Virtual
Mas o impulso da Panerai para a fama global não se deveu apenas ao cinema. Em 2000, um dedicado colecionador inglês, Guy Verbist, criou o site paneristi.com. Apesar da Internet ainda estar a dar os primeiros passos, esta plataforma tornou-se um ponto de encontro vital para os amantes da Panerai de todo o mundo.
P-Day: Mais do que um Encontro, uma Celebração
Desde o início deste milénio, os aficionados da marca, carinhosamente chamados de Paneristi, reúnem-se anualmente em diferentes cidades para o P-Day. Um evento que celebra uma marca que é, nas palavras de muitos, "mais do que apenas um relógio". No ano anterior, a cidade escolhida foi Paris, o deste ano realizou-se no passado fim-de-semana em Lisboa.
E o Futuro?
No final do encontro de Lisboa foi anunciado que o próximo encontro será em Kuala Lumpur, na Malásia. Os fãs já estão em antecipação e os preparativos estão em andamento. A paixão pela Panerai, pelo que tudo indica, continuará a crescer.
PDay Lisboa
©Alexandre Figueiredo - Pday Lisboa 2023
Este ano a cidade escolhida para comemorar foi Lisboa. A equipa gerida por João Gentil contou com Alexandre Figueiredo, Joana Gentil, Paulo Sá e Cunha e Ricardo Leitão. Esta equipa trabalhou durante vários meses para organizar este encontro que não podia ter corrido melhor. Reuniu em Lisboa 206 pessoas de 34 nacionalidades.
Durante 3 dias muito intensos festejou-se o amor pela Panerai. O primeiro acontecimento foi um jantar no restaurante “estórias" apenas para os Paneristi mais precavidos que fizeram uma reserva com antecedência.
No dia seguinte, após a admissão com direito a bebida de boas-vindas, na Boutique Panerai da Av. da Liberdade (David Rosas), teve lugar um jantar seguido de uma festa, na Estufa Fria do Parque Eduardo VII, com patrocínio da própria marca. Nesta festa foi possível ficar a conhecer as novidades que serão reveladas no próximo ano, tal como ver alguns dos modelos actuais.
O terceiro e último dia teve início com uma visita ao Museu de Marinha, seguido de um almoço no Palácio de Tancos, próximo do Castelo de São Jorge, durante a tarde foi possível assistir a uma sessão da fados que deixou muitos paneristi fascinados. Após um momento muito especial no qual se apreciou o pôr-do-sol no terraço, decorreu um jantar de Gala, igualmente no Palácio de Tancos. Seguiram-se vários discursos, e um leilão de beneficência, no qual foi sorteado, entre outros prémios, o novo Isotope Hydrium Califórnia.
Longines Celebra 230 Anos do Teatro Nacional de São Carlos com Edição Especial
Para além do Pday, decorreu também, em Lisboa, o lançamento de um relógio muito especial. Numa nova demonstração do seu compromisso com o património de Portugal, a Longines, orgulhosamente apresenta a Edição Comemorativa dos 230 Anos do Teatro Nacional de São Carlos. Este lançamento, exclusivamente para o mercado português, é uma singela mas poderosa homenagem a um dos ícones mais significativos da cultura nacional.
©Longines - Flagship Heritage – 230 Anos Teatro Nacional de São Carlos.
Uma Ode ao Património Cultural Português
Inaugurado após o terramoto de 1755, o Teatro Nacional de São Carlos é um bastião da cultura portuguesa. Para além da sua aclamada programação musical, distingue-se como o único teatro nacional destinado à produção e apresentação de ópera e música coral e sinfónica. Com a sua rica arquitetura e uma qualidade musical excepcional, o teatro representa um símbolo vivo da arte na cosmopolita Lisboa.
Para assinalar a celebração deste marco da cultura portuguesa, o OPART, E.P.E., que gere o TNSC, aliou-se à prestigiada marca relojoeira suíça, autorizando o uso da imagem da fachada do teatro na nova edição do icónico modelo Longines Flagship Heritage.
Especificidades da Edição Comemorativa
Limitada a 100 unidades, esta edição numerada destaca-se pelo movimento mecânico de corda automática de fabrico suíço (Calibre Longines L615), com uma reserva de marcha de cerca de 50 horas. O seu design clássico, com mostrador cinza antracite complementado por índices rosa, é completado por uma bracelete em pele de crocodilo preta com uma fivela exclusiva da Longines. Sem dúvida, é uma edição que celebra a interseção entre a rica história de Portugal e a tradição da Longines.
Especificações Técnicas – Flagship Heritage 230 Anos TNSC
- Referência: modelo em aço - L47954592
- Limitada a 100 peças numeradas
- Funções: horas, minutos, segundos (às 6h) e data
- Caixa: redonda, Ø 38,5 mm, aço, com gravura do Teatro Nacional de São Carlos
- Mostrador: cinza antracite com índices em cor de ouro rosa
- Ponteiros: ouro rosa com SuperLuminova
- Bracelete: pele de crocodilo preta com fivela Longines
- PVP: 2.580€
Um Pouco Sobre a Longines
Originária de Saint-Imier, Suíça, desde 1832, a Longines é uma marca relojoeira que se orgulha de mais de 175 anos de actividade. Actualmente inregra o Swatch Group S.A. Com o seu emblema distintivo – uma ampulheta alada – marca presença em mais de 130 países pelo mundo.
Edição comemorativa dos 130 anos da Reguladora
Para além da Longines, a Reguladora, referida no nosso artigo sobre marcas de relógios e carros portuguesas , lançou esta semana um relógio com movimento suíço, como forma de comemorar os 130 anos da marca. Esta edição é limitada a 130 exemplares.
@Reguladora - Edição comemorativa dos 130 anos da Reguladora
Ficha Técnica
Calibre: Swiss made Movimento: Automático Tipo de vidro: Safira Largura da caixa: 42 mm Altura da caixa: 10 mm Material da caixa: Aço Material da Bracelete: Pele
Pvp: 850.00€
Informações sobre a marca
Fundada em 1892, a Boa Reguladora rapidamente se estabeleceu como uma das mais proeminentes empresas de relojoaria do Vale do Ave e, de facto, do norte de Portugal. Hoje, distingue-se como a mais antiga da Península Ibérica e uma das mais veneráveis globalmente.
Sob a designação São Paulo & Carvalho e inicialmente sediada no Porto, o seu primeiro conjunto de relógios remonta a 1894. No ano subsequente, foi laureada com uma medalha de ouro na Exposição Agrícola e Industrial de Vila Nova de Gaia. Em 1896, mudou-se para São Julião de Calendário, em Vila Nova de Famalicão.
Em 1907, "A Boa Reguladora" inaugurou a sua central elétrica a vapor, começando também a prover iluminação pública em Vila Nova de Famalicão. A empresa expediu milhares de relógios globalmente, muitos dos quais ainda operacionais em igrejas, fábricas e estações ferroviárias, e até como relógios de carrilhão em residências.
A sua oferta variava entre relógios de mesa, parede, de pé, despertadores e de pulso. Inspirando-se em designs norte-americanos, a Reguladora, nos seus anos dourados, fabricava quase todas as componentes e caixas, empregando inúmeros trabalhadores. Fornecia amplamente para os Caminhos-de-ferro Portugueses e os seus relógios domésticos por vezes incluíam melodias sofisticadas.
Para Famalicão, tanto a Reguladora quanto a família Carvalho tiveram um papel crucial, não somente como significativos empregadores, mas também na electrificação da região, graças a uma máquina a vapor trazida pela fábrica.
A empresa resistiu a revoluções, mudanças políticas e guerras mundiais. Durante a Segunda Guerra Mundial, face à escassez de recursos, recorreu ao uso de latão e cabos reutilizados. Após várias transações e alterações internas, a Reguladora descontinuou a fabricação de movimentos, optando por importá-los da Alemanha.
Contudo, pretende-se retomar a fabricação nacional de todos os modelos. O novo empreendimento, Regularfama, tem pela frente o desafio de prestar assistência aos inúmeros relógios Reguladora espalhados por Portugal e pelas comunidades portuguesas globalmente.
A excelência dos seus movimentos mecânicos é complementada por caixas de produção meticulosa, com acabamentos requintados. Atualmente, a sua gama de produtos também abrange relógios eletrónicos contemporâneos para fins domésticos ou industriais.
Deste modo, a Reguladora está intrinsecamente ligada à história de Portugal.
Melhor só estando lá.
Parabéns a todos os envolvidos.