Foi em 1945, quando o mundo não era um lugar calmo, que Amândio José Ribeiro iniciou a construção do grande Rijomax, que só viria a terminar em 1973. Por essa altura era comum que os nomes das marcas de relógios resultassem de trocadilhos com o nome dos seus donos, como a Otar do Sr. Rato, a Zap do senhor Paz ou a Said do senhor Dias. O Sr. Ribeiro José deu o seu máximo, incluiu o máximo de complicações e assim nasceu o Rijomax.
Alguns relojoeiros começam cedo na profissão, outros começam tarde, Amândio começou aos 7 anos.
Um dos seus primeiros trabalhos consistiu em fazer rodas para relógios. Começou por aprender relojoaria, e mais tarde entrou para a escola num percurso peculiar. Encartado com a quarta classe, foi trabalhar para uma ourivesaria. Como seria de esperar, tornou-se num relojoeiro e ourives com muito talento, sempre meticuloso e persistente.
Ao longo de 28 anos, o Rijomax demorou 16 000 horas a construir. É preciso não esquecer que este é o relógio máximo, logo, tem 45 mostradores, e podia executar 34 funções em simultâneo. Além das horas, minutos e segundos, fazia as seguintes indicações:
posição do Sol
posição da Lua
hora universal
hora lunar
assinalava anos bissextos, suprimindo automaticamente 24 anos de 128 em 128 anos
dias da semana
semanas,
meses,
dias
dias que faltam para acabar o mês,
anos,
dias dos anos,
nº de dias para o fim do ano,
estações do ano,
signos,
semestres,
trimestres,
dia da semana a que começa cada mês,
anos bissextos,
datas das fases da lua.
Indicava dias da semana e as semanas, meses, os dias do mês e quantos dias faltam para acabar o mês, anos, dias dos anos e quando dias faltavam para o fim do ano. As estações do ano, signos, os semestres, trimestres, o dia da semana a que começa cada mês e ainda os anos bissextos, as datas das fases da lua e a mudança de tempo.
Dividido em quatro móveis de madeira, este relógio indicava ainda, o nascer e o pôr do sol, quando crescem e diminuem os dias, a quantidade de horas e minutos que tem o dia e a noite, ou seja, as horas temporais. Marcava fases da lua, Equinócios e Solstícios.
Tinha, ainda, indicação dos números do Ciclo Solar, do Número Áureo, da Epacta, letra Dominical, as eras cronológicas, os dias da era de Cristo, e os séculos.
Mostrava os feriados, dias dos Santos, tinha também um barómetro, termómetro e mostrador dos pontos cardeais. Despertava com música à escolha, por campainha, e acendia uma luz. Falava, dizia quantas horas são e dava uma saudação em vocabulário religioso, tem ainda, um aparelho que chamava o dono da casa.
Este relógio com 2 metros de altura, pesa mais de 150 quilos e tem mais de 16 mil algarismo e letras. O relógio estava programado para funcionar durante 100 mil séculos em ciclos de 6272 anos.
Este relógio era tão completo que também era possível saber datas marcantes, nacionais e internacionais, como a data da realização do primeiro voo de aviação a construção do primeiro telefone sem fios, assim como rádio gravador e o detector de chamadas.
Infelizmente o relógio parou e desde que Amândio faleceu em 2002, nunca mais ninguém teve dedicação suficiente para colocar o relógio a funcionar.
O Rijomax entrou mesmo para o Livro do Guinness e está patenteado com o número 12931. Em 2002, Amândio decidiu vender esta obra de arte à Camara Municipal de Tabuaço e neste momento encontra-se na Loja Interactiva de Turismo de Tabuaço, onde pode ser apreciada.
Assista a esta reportagem que o Prof. José Armando Saraiva fez sobre o Rijomax com o Amândio José Ribeiro, para o programa Horizontes de Memória para a RTP memória. (entre o minutos 08:25 e 13:01)
As informações e imagens deste artigo estão disponíveis em maior detalhe no site da Câmara Municipal de Tabuaço.
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RIJOMAX
MORADA
Jardim Conde Ferreira, 5120– 400 Tabuaço
HORÁRIO DE FUNCIONAMENTO
De 2ª a 6ª feira 09:00h - 12:30h | 14:00h - 17:30h
Sábados, Domingos e Feriados: 10:00h - 12:30h | 14:00h - 17:00h
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