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Rui Macedo - entrevista

Atualizado: 25 de jul. de 2022




Rui Macedo é um coleccionador de relógios despertadores entre outros. Conheça a fantástica história da sua colecção.


Como criou esta ligação ao mundo dos relógios?

A minha ligação com o mundo dos relógios foi na Casa Pia. O Américo Henriques era o meu coordenador de curso, mas o interesse pelos relógios veio do meu avô e do meu pai. Pois lembro-me dos ver a dar corda aos despertadores.


Qual foi o seu primeiro relógio?

O meu primeiro relógio foi um despertador, um Junghans.


Qual é o maior desafio para um coleccionador de relógios? Talvez seja o espaço. Penso que é essa a maior dor de cabeça do colecionador. Ter espaço e condições para a exposição dos relógios. De seguida, vem o capital para a compra e, por fim, um outro desafio é arranjar material de substituição.

Prefere despertadores, relógios de mesa, parede, pé alto, ou de cucu? A minha preferência sempre foram os despertadores, logo de seguida, os cucos. Adoro cucos. Depois os relógios de parede em geral, relógios de mesa, e por fim relógios de pé alto / coluna. Esse tipo de relógio ocupa muito espaço.

Como iniciou o seu interesse por despertadores?

O interesse por despertadores veio pela história. Pois o relógio despertador esteve presente na vida de milhares de pessoas durante décadas. Foi o relógio que mais ligação teve com as pessoas. O relógio que mais marcou a história na vida das pessoas. Em quase todas as mesas de cabeceira ou cómodas, por este mundo fora, havia despertadores a funcionar e a acordar pessoas. Ainda hoje em dia o ícone de alarme em vários dispositivos electrónicos é o despertador de campainhas. Tirando as gerações recentes, toda a gente teve contacto com um despertador, ou lá por casa havia pelo menos um despertador. O interesse veio daí, pela história que o relógio despertador fez pelo mundo afora


Faz a manutenção dos seus relógios todos, apenas de alguns? Como faz a selecção dos que merecem ser reparados?

Manutenção aos meus relógios, sim, sou eu. Só dou a fazer quando não tenho a possibilidade de executar a tarefa em questão. Pois tenho poucas ferramentas. Também gostaria de me especializar ainda mais neste mundo, e foi graças a essa minha vontade de o fazer que descobri o IPR e que me inscrevi no curso Alfaiates do Tempo. Aguardo a oportunidade de ir fazer a formação, e talvez um dia venha a fazer disto uma profissão ou uma ocupação mais aprofundada. A decisão acerca da selecção dos relógios a reparar ou não, é tomada em função do seu estado geral de conservação, tendo principalmente em conta o estado do mostrador, ponteiros, caixa, tampas e, por fim, o movimento. Quando o mostrador está bastante danificado, ou a caixa está "morta" esse relógio fica para peças, já comprei vários precisamente para esse efeito, para recuperação de material original em bom estado. Os movimentos têm muita compatibilidade, pois muitas das vezes as diferenças entre os relógios é apenas a caixa, mostrador, e ponteiros.


A sua colecção tem um tema ou um fio condutor?

A minha coleção não tem fio condutor, nem para traz e, por enquanto, nem para a frente. Talvez um dia que eu feche definitivamente os olhos tudo será vendido. Gostava claramente de passar essa herança a alguém, mas de momento estou sozinho e sem ligação a ninguém.


Perante a construção da sua colecção sente-se mais um acumulador, um caçador de tesouros ou um investigador?

Perante a construção da minha colecção, nunca o fiz por dinheiro, mas sim pelo que as coisas significam. Gosto de olhar paras coisas e ver a história que elas representam e transmitem, a época que elas marcaram, a sua presença. Faço-o pela nostalgia, não a pensar no valor das coisas. Pois o tratamento que dou a um despertador Zenith ou Oris, é precisamente o mesmo que dou a um Jaeger, Reguladora, Japy, entre outros. Tento ter variedade, tendo em conta a marca e o país de origem do relógio. A ideia é ter um leque variado de relógios, modelos diferentes e países diferentes.


Faz alguma recomendação aos novos coleccionadores acerca da forma de adquirir relógios ou de organizar uma colecção?

Recomendação a novos colecionadores: estar atento e aberto a oportunidades. Ter sempre algum capital de lado em stand-by, pois as oportunidades aparecem sem avisar. Procurar com bastante calma, pois há muito produto à venda a preços inflacionados, logo perde o interesse. Feiras, sites na internet, redes sociais, por vezes evitar leilões, o produto vem inflacionado. Para mim o mais importante é ter capital disponível para a coleção, e ir procurando com bastante calma. Organização da colecção, depende um pouco do gosto de cada um e do que se pretende fazer, tal como, se compra por gosto e nostalgia. Também se deve ter em conta o que o relógio "fala" ou se se considera um investimento. Eu penso que grande parte dos colecionadores amadores ou profissionais, têm um pouco de tudo. Como anteriormente mencionei, já perdi a conta aos relógios que andam por cá, pois não tenho possibilidade de ter tudo exposto (a "tal" dor de cabeça do colecionador). Mais de metade estão embrulhados e armazenados em caixas. Relógios de cuco são uns 19 ou 20 apenas tenho um em exposição. Os restantes estão armazenados, tenho uns reparados, outros para restauro, de modelos tradicionais, outros de chalé, ou de chalé musicais. Acho que tenho dois cucos suíços também, despertadores devo ter na casa dos 400. Relógios de parede tenho vários, mas perdi-lhes a conta também. Muitos estão também armazenados. Nesses de parede sei que anda por cá um holandês, o tal da estatueta com o globo azul, mas esse é de tamanho grande. Relógios de mesa tenho poucos, a maior parte são de transistor, pois sou fã desse mecanismo, o movimento magnético mecânico. Por fim, tenho um pouco de tudo no que diz respeito à relojoaria média.



 

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